APETRO: Empresas petrolíferas estão comprometidas com a descarbonização e reclamam mais apoios
O setor petrolífero está comprometido com a descarbonização e pede mais apoios, do Governo nacional e da União Europeia, para contribuir para a transição energética e alcançar a descarbonização até 2050. Estas foram algumas das mensagens deixadas por João Diogo, Presidente da APETRO - Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas e António Comprido, Secretário-Geral da mesma associação durante a conferência "A importância dos combustíveis fósseis na transição energética", que teve lugar esta quarta-feira, em Lisboa.
Também António Costa Silva, ex-ministro da Economia e do Mar, afirmou que é preciso ter uma abordagem multidimensional para a descarbonização e o papel dos combustíveis fósseis é fundamental: "Não é possível desligar de um momento para outro dos combustíveis fósseis, até porque ainda não temos todas as tecnologias disponíveis. Em 31 anos reduzimos apenas 5% da matriz energética dos combustíveis fósseis", adiantou. "Não podemos fazer a transição energética baseada em preconceitos", até porque os combustíveis fósseis são apenas um dos elementos responsáveis pela destruição do planeta, defendeu depois.
Continuando a reforçar que os combustíveis tradicionais vão continuar a fazer o seu caminho, o ex-ministro lembrou que os biocombustíveis podem ter aqui um papel fundamental.
Uma das principais vantagens dos combustíveis fósseis na transição energética apontadas foi a sua contribuição para a segurança energética, que tem um papel-chave no continente europeu, questão que se acentuou com a invasão da Ucrânia.
Estas foram ideias, de resto, partilhadas por todos os restantes oradores: Carlos Barbosa, da ACP - Automóvel Clube de Portugal, Ema Leitão, da ANTRAM - Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, Ana Marisa Calhoa, da ABA - Associação Bioenergia Avançada, José Sequeira Nunes, da FETSA - Federação Europeia de Armazenagem, Nuno Lapa, Professor na Universidade Nova, e Egídio Calado, do ITG - Instituto Tecnológico do Gás.
Outra conclusão foi de que a descarbonização da economia não se pode basear apenas na eletricidade, havendo a necessidade de contar com todas as fontes de energia - mix energético - para uma transição eficaz e para responder às diferentes necessidades do mercado.
Todos os oradores partilharam a ideia de que os motores a combustão não vão acabar até 2035, contrariamente ao que foi definido pela União Europeia, que impôs a proibição da venda de automóveis novos que emitam CO2 a partir de 2035, Carlos Barbosa, da ACP afirmou mesmo que os carros a combustão nunca vão acabar.
Foi também apontada a falta de literacia na área dos biocombustíveis como um fator a mudar para tornar a sua implementação mais célere.
Apetro é agora EPCOL
Durante a conferência, a APETRO, que foi alvo de rebranding, apresentou a sua nova identidade. A associação abandona a sua antiga designação e passa a ser EPCOL - Empresas Portuguesas de Combustíveis e Lubrificantes. Isto porque, segundo António Comprido, as empresas que compõem a associação representam vários setores da energia e não apenas o petrolífero. "É por isso que seria redutor continuarmos a ser associação de produtos petrolíferos", justifica.