
Autarcas contestam instalação de painéis solares flutuantes na barragem de Vilar
Os municípios de Sernancelhe, Moimenta da Beira e Tabuaço emitiram parecer desfavorável ao projeto de instalação de painéis fotovoltaicos flutuantes na barragem de Vilar, manifestando preocupações com os impactos ambientais e sociais. A informação foi avançada esta terça-feira pela agência Lusa.
Na resposta enviada à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), os três autarcas consideram que os “riscos e impactos negativos do projeto superam largamente quaisquer benefícios” e apelam à procura de alternativas “mais sustentáveis, que respeitem o ambiente, a paisagem e as comunidades locais”, cita a Lusa.
O projeto em causa prevê a instalação de painéis solares numa zona da albufeira situada entre os concelhos de Moimenta da Beira, a sul, e Sernancelhe, a norte. Segundo o presidente da Câmara de Tabuaço, Carlos Carvalho, a infraestrutura ocuparia cerca de 20 hectares, comprometendo o uso da albufeira por aeronaves de combate a incêndios. O autarca alertou ainda para o risco de deterioração da qualidade da água, da qual o concelho depende parcialmente para abastecimento, e para o impacto negativo no turismo devido à alteração da paisagem.
A posição dos três municípios, já transmitida à ministra do Ambiente em julho de 2024, foi agora reafirmada junto da APA com base num estudo técnico. A Assembleia Municipal de Tabuaço aprovou por unanimidade uma deliberação contrária ao projeto, propondo a relocalização dos painéis como alternativa.
O tema foi também levado à Comunidade Intermunicipal (CIM) Douro, que representa 19 municípios da região.
Como escreve a Lusa, em comunicado dirigido à APA, a CIM defende que "é toda a região do Douro, com os seus 19 municípios, em representação de cerca de 200 mil habitantes que, de forma unânime, expressam desaprovação" ao projeto, apelando à reconsideração da sua viabilidade e localização.