
Governo espanhol descarta ciberataque na origem do apagão da Península Ibérica
O Governo de Espanha confirmou esta quarta-feira que não existem indícios de um ciberataque à empresa Red Eléctrica, responsável pelo sistema elétrico espanhol, que pudesse ter provocado o apagão ocorrido a 28 de abril na Península Ibérica. A informação foi dada pela ministra da Energia, Sara Aagesen, durante um debate no parlamento em Madrid, segundo a Agência Lusa.
“Não se encontraram indícios” de ataque informático à Red Eléctrica, afirmou a ministra, citada pela Lusa, que esclareceu que a comissão criada pelo executivo está a analisar os dados do incidente em três níveis distintos: o operador do sistema, os centros de controlo e as unidades de geração de eletricidade espalhadas pelo país.
Sara Aagesen revelou ainda que, antes do apagão, foram registadas três falhas na geração de energia em diferentes pontos de Espanha — Granada, Badajoz e Sevilha — além de duas oscilações no sistema ibérico em relação ao resto da Europa. Estas oscilações ocorreram na meia hora que antecedeu o corte de energia e estão a ser investigadas para perceber se terão relação com o apagão.
Como lembra a Lusa, o primeiro-ministro Pedro Sánchez tinha já antecipado que a análise demoraria devido à complexidade do caso e ao volume de dados, perto de 756 milhões, que é necessário estudar para esclarecer o sucedido. Sánchez garantiu que o Governo “vai chegar ao fundo” do problema, assumir responsabilidades políticas e implementar medidas para evitar futuros apagões.
Além da comissão governamental, a Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência (CNMC) abriu uma investigação própria e a justiça espanhola iniciou um inquérito para apurar se existiu algum ataque informático, que entretanto já foi afastado pelo operador do sistema.
O apagão afetou toda a área continental da Península Ibérica, mas, para já, a origem do problema permanece desconhecida e o processo de apuração das causas continua em curso.