
Governo quer dar mais atenção aos resíduos de construção e demolição
O Governo quer dar “particular atenção” aos resíduos de construção e demolição”, anunciou o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, durante o 10º Fórum Nacional de Resíduos. Menos de um por cento deste tipo de resíduos é valorizado quando o objectivo é atingir os 10 por cento.
“Encaminhar esses resíduos de uma forma ambientalmente correcta é uma coisa valorizá-los e atingir metas é outra completamente diferente e estamos muito longe de incorporar materiais de resíduos de construção e demolição em construção nova de acordo com os objectivos pretendidos. Diria que estamos no princípio das coisas”, sublinhou no discurso de abertura.
Carlos Martins lembrou que longe vão os tempos em que “em qualquer pinhal à beira de uma estrada se encontravam camiões a descarregar resíduos de construção e demolição”, o que já não acontece não só porque há pouca construção, mas também porque se alteraram comportamentos.
Hoje as infra-estruturas de destino final já cobrem todo o território nacional e só actores que hoje “sejam desqualificados não encaminham devidamente esses resíduos”, salientou.
Carlos Martins defende que o Estado deve ser facilitador em vez de dificultar os processos. “Lembro-me que quando passei pela EGF uma CDDR (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional) chegou a levantar problemas por causa de materiais britados colocados num caminho agrícola. Argumentavam que era um uso de resíduos indevido que precisava de licenciamento. A confusão é total por vezes na própria administração”, analisou.
Para o governante é importante fechar este ciclo, que “concorre para a Economia Circular”, mas sobretudo para acrescentar valor a estas actividades.
O 10º Fórum Nacional de Resíduos decorreu a 19 e 20 de Abril, em Lisboa, e foi organizado pelo jornal Água&Ambiente, uma publicação do Grupo About Media.
Ana Santiago