
Grupo Águas de Portugal com lucro de 100 milhões de euros em 2022 e subida de 50% no investimento
O grupo Águas de Portugal (AdP) registou lucros de 100 milhões de euros em 2022, acima do valor de 2021, tendo o volume de investimentos aumentado 50% para 240 milhões de euros, foi anunciado esta segunda-feira.
Em comunicado, no qual refere que o relatório e contas consolidadas de 2022 foi aprovado em assembleia-geral, a AdP indica que no exercício relativo ao ano passado o volume de negócios se manteve "relativamente estável", na ordem dos 740 milhões de euros.
Por seu turno, o volume de investimento atingiu "cerca de 240 milhões de euros, representando um aumento de 50% em relação ao ano anterior, mediante a incorporação de ativos e o reforço das infraestruturas das empresas do Grupo AdP em todo o território nacional".
A mesma informação avança que o grupo teve um "resultado líquido de 100 milhões de euros, influenciado por ganhos na estrutura de custos e da evolução das taxas de juro de referência", e acima dos 83,3 milhões de euros que foram comunicados relativamente a 2021.
Este resultado líquido, refere o comunicado, sustenta "a capacidade de autofinanciamento requerida pelo avultado programa de investimentos de 1,5 mil milhões de euros".
No comunicado, a AdP salienta também que a solidez da estrutura financeira da empresa surge reforçada pela "continuada redução da dívida líquida que não ultrapassa agora os 1.240 milhões de euros".
Citado no comunicado, o presidente do Conselho de Administração do Grupo Águas de Portugal, José Furtado, sublinha que “o bom desempenho económico-financeiro e operacional do Grupo Águas de Portugal confere a necessária estabilidade e capacidade de investimento das empresas, fatores determinantes na garantia da segurança e fiabilidade de um serviço público essencial à vida, num contexto de enormes desafios".
Detido pelo Estado e fundado em 1993, o grupo AdP, é constituído por 19 empresas, das quais 13 são entidades gestoras de sistemas de abastecimento de água e de tratamento de águas residuais que prestam serviços em 222 municípios de Portugal continental, abrangendo cerca de oito milhões de pessoas.
Presidente da Águas de Portugal defende consequência para quem desperdiça água
O presidente da Águas de Portugal, José Furtado, defendeu este sábado que quem desperdiça água “tem que ter uma consequência”, mas garantiu que “não vai faltar água na torneira este ano”.
“Podemos afirmar, com a informação disponível, que não vai faltar água na torneira este ano. Em 2022 foi bem mais gravoso”, disse José Furtado em entrevista ao programa Conversa Capital, da Antena 1 e Jornal de Negócios.
O presidente da Águas de Portugal lembrou as “medidas de contingência” e a sensibilização pública dos portugueses em 2022, considerando agora que “o tema das tarifas é relevante” para mudar comportamentos de desperdício de água.
“A água é um bem escasso e quem queira fazer uso abusivo de águas, desperdício, tem que ter uma consequência. Como o uso do saco de plástico tem uma repercussão”, comparou o responsável, advogando que “tem que haver uma discriminação positiva para determinados segmentos populacionais”.
Para José Furtado, “o tema das tarifas é relevante nesta dimensão nova que é mudar comportamentos, ajustar comportamentos às circunstâncias. Claramente é instrumental nisto, na mudança de comportamentos”.