
‘Hub’ de gás natural tem que envolver Portugal, Espanha e parte de França
A criação de um ‘hub’ de gás natural deverá integrar Portugal, Espanha e parte de França, defendeu hoje o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, em declarações ao Ambiente Online, à margem do encontro anual da AGN (Associação Portuguesa de Empresas de Gás Natural).
“O Governo Espanhol concorda. Aliás, o modelo europeu recomenda uma determinada dimensão para os ‘hubs’ e perspectiva vários ‘hubs’ na europa”, explicou o governante que descreve os ‘hubs’ como uma espécie de bolsas de mercados de gás natural.
Um ‘hub’, sublinha Artur Trindade, deve ter uma dimensão mínima. “Portugal não tem dimensão para ter um 'hub'. Mesmo Espanha só somando Portugal é que fica com uma dimensão acima do mínimo no modelo europeu. O ideal seria somar um pouco de França, pelo menos a parte de baixo”, realça.
“Um 'hub' tem que ter liquidez e dimensão e é bom para o mercado porque se junta a oferta e a procura de forma transparente e de forma incógnita, formando-se um preço que é visível a todos. Isso traz dinamismo de mercado e transparência”.
O presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Vítor Santos, realçou durante o encontro que acredita que o ‘hub’ do gás natural pode ser uma realidade já no próximo ano. “É uma peça central para que haja eficiência no funcionamento do mercado nacional de gás natural”, sublinhou o responsável.
O 'hub' de gás natural concentra as trocas de gás natural num mesmo ponto virtual e estimula a transparência de preços, o que permitirá aos intervenientes monitorarem as operações e os movimentos dos preços do gás natural.
O responsável revelou que há “acções a ser desenvolvidas que têm envolvido todos os actores”, desde o Governo aos reguladores passando pelos agentes de mercado, o que permitirá “um quórum das partes”.
Além de permitir “liquidez” por via do aumento da disponibilidade de transações do gás natural à escala ibérica, o ‘hub’ incrementará ainda a “transparência, fundamental nos mercados energéticos”. Por outro lado potenciará a “flexibilidade no aprovisionamento”.
Ana Santiago