
Importações de eletricidade sobem em 2024, mas dependência energética atinge mínimo histórico
Apesar de Portugal ter aumentado as importações de eletricidade em 2024 — mais 2,3% face ao ano anterior, totalizando 900 ktep (10,5 TWh) —, a dependência energética do país recuou 2,1 pontos percentuais, fixando-se nos 64,1%. Este é o valor mais baixo desde que este indicador começou a ser calculado, segundo o Balanço Energético Sintético divulgado pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).
O documento revela ainda que o consumo de energia primária diminuiu 0,7%, situando-se nos 20.511 ktep. Esta unidade — quilo-tonelada equivalente de petróleo — serve para comparar diferentes formas de energia com base na energia libertada por mil toneladas de petróleo bruto. A queda no consumo foi influenciada sobretudo pela forte redução no uso de gás natural, que recuou 17,3%.
Também o consumo final de energia registou uma descida, embora mais ligeira: -0,3%, atingindo 16.793 ktep. A principal quebra ocorreu nos transportes rodoviários (-2,4%), enquanto os transportes aéreos nacionais consumiram mais energia, com uma subida de 4,7%.
No que diz respeito às importações energéticas no seu conjunto, houve uma redução de 4,1% em relação a 2023, com o gás natural a contribuir novamente de forma decisiva (-16,1%).
Já a produção interna de energia aumentou 9,6% face ao ano anterior, destacando-se os crescimentos na produção de eletricidade de origem hídrica (+25%), solar fotovoltaica (+37%) e eólica (+10%).
A DGEG estima que, em 2024, a eletricidade proveniente de fontes renováveis represente 65,6% do consumo bruto de eletricidade nacional, uma subida de 2,6 pontos percentuais face ao ano anterior. No consumo final bruto de energia, o contributo renovável deverá chegar aos 36,3%, refletindo um aumento de 1,1 pontos percentuais.