
Mega empresa Águas de Lisboa e Vale do Tejo vai ficar sediada na Guarda
A nova mega empresa Águas de Lisboa e Vale do Tejo - a maior das cinco que será criada na sequência da reestruturação do sector da água, aprovada hoje em Conselho de Ministros - vai ficar sediada na Guarda.
O Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, explicou que a localização das sedes das novas empresas vai potenciar a “coesão territorial”. A reforma do sector irá agregar, tal como estava previsto, as 19 empresas do grupo Águas de Portugal em cinco empresas regionais.
No caso deste novo agrupamento, que vai desde a capital até ao interior centro, juntam-se oito sistemas multimunicipais e de abastecimento de água e saneamento: Águas do Zêzere e Coa, Águas do Centro, Águas do Oeste, SIMTEJO, SANEST, EPAL, SIMARSUL, Águas do Norte Alentejano e Águas do Centro Alentejo.
No norte são agregados quatro sistemas multimunicipais de abastecimento de água e saneamento (SIMDOURO, Águas do Douro e Paiva, Águas do Noroeste, Águas de Trás os Montes e Alto Douro), constituindo-se a Águas do Norte, que ficará sediada em Vila Real.
No centro são unidas três entidades gestoras (SIMLIS, Águas do Mondego e SIMRIA), constituindo-se a Águas do Centro Litoral, que por sua vez terá sede em Coimbra.
A criação de sistemas multimunicipais de abastecimento de água e de saneamento do Norte, Centro Litoral e Lisboa e Vale do Tejo permitirá uma harmonização tarifária entre o interior e o litoral. “As tarifas vão convergir no prazo de cinco anos até chegarmos à tarifa única entre interior e litoral”, referiu.
Jorge Moreira da Silva sublinhou que, como estava previsto, os cidadãos do interior norte verão reduzida a sua tarifa mensal em três euros, de imediato, e os do litoral norte terão um agravamento gradual ao longo destes cinco anos de trinta cêntimos anuais. “Os sacrifícios pedidos ao litoral são muito pequenos quando comparados com os benefícios para o interior”, realçou.
O governante revelou ainda que o “fortíssimo emagrecimento do grupo Águas de Portugal” vai permitir uma poupança total de 2700 milhões já que haverá “uma redução de dois terços dos órgãos sociais”, passando o número de administradores de 70 para 20 e o de directores de 300 para 150.
Esta reforma elimina ainda uma norma que vigorava há vinte anos relativa aos caudais mínimos, que obrigava os municípios a contratualizar consumo de água de que não necessitavam.
Recorde-se que o Governo defende que, sem a reestruturação do sector, que permitirá ganhos de escala e de gama, seria necessário um aumento médio da tarifa em 70 por cento de forma a assegurar o equilíbrio financeiro dos serviços de água e saneamento.
A.S.