
Ministros da Energia europeus reúnem-se em Conselho extraordinário a 9 de setembro para estudar solução para a crise energética
Os ministros europeus da Energia vão reunir-se num Conselho extraordinário no próximo dia 9 de setembro para propor uma “solução ao nível europeu” para a acentuada crise energética, exacerbada pela guerra, anunciou o ministro da Indústria e Comércio da República Checa, Jozef Síkela, numa publicação na rede social Twitter.
Numa altura em que os preços da energia – especialmente do gás – batem máximos e em que a União Europeia teme um corte no fornecimento energético russo devido à resposta europeia à guerra da Ucrânia, Jozef Síkela apontou ser necessário “reparar o mercado energético” comunitário.
“A solução ao nível da UE é, de longe, a melhor que temos”, adiantou Jozef Síkela.
Também através do Twitter, o primeiro-ministro checo, Petr Fiala, indicou que “os preços elevados da energia são um problema à escala europeia, que é necessário resolver ao nível europeu”.
“Falei novamente esta manhã com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Antes do Conselho de Energia da UE, queremos encontrar uma forma de ajudar pessoas e empresas, com a qual possamos acordar com os líderes europeus”, concluiu Petr Fiala
Presidente da Comissão Europeia defende “intervenção de emergência e reforma estrutural” na eletricidade
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu esta segunda-feira uma “intervenção de emergência e uma reforma estrutural” no mercado da eletricidade da União Europeia (UE), admitindo “as limitações” da configuração atual, exacerbadas pela crise.
“Os preços da eletricidade em alta estão a expor as limitações da atual configuração do nosso mercado de eletricidades, [que] foi desenvolvido para diferentes circunstâncias. É por isso que estamos agora a trabalhar numa intervenção de emergência e numa reforma estrutural do mercado da eletricidade”, anunciou Ursula von der Leyen.
Discursando no Fórum Estratégico de Bled, na Eslovénia, a líder do executivo comunitário aludiu aos recentes apelos para reformular o mercado elétrico comunitário, quando os preços da luz batem máximos, no contexto da crise energética e da guerra da Ucrânia.
No seu discurso, Ursula von der Leyen defendeu a necessidade de “acabar com a dependência de combustíveis fósseis russos sujos e perigosos”, assinalando que, nesta matéria, “o trabalho [da UE] está bem encaminhado”.
“Estamos a diversificar os nossos fornecedores à velocidade da luz: o fornecimento de gás a partir de fontes para além da Rússia aumentou em 31 mil milhões de metros cúbicos desde janeiro deste ano. Isto compensa os cortes russos no fornecimento de gás à Europa”, precisou a responsável.
Além disso, “estamos também a cortar substancialmente a nossa necessidade de gás importado porque temos de nos preparar para uma potencial rutura total do gás russo”, lembrou Ursula von der Leyen, aludindo à meta que entrou em vigor a 9 de agosto, na UE, para reduzir voluntariamente 15% do consumo de gás até à primavera de 2023, visando aumentar o armazenamento nos Estados-membros e criar uma ‘almofada’ perante eventual corte.
“E, em última análise, a melhor maneira de nos livrarmos dos combustíveis fósseis russos é acelerar a nossa transição para fontes de energia verdes. Cada quilowatt-hora de eletricidades que a Europa gera de energia solar, eólica, hidroelétrica e biomassa hidrogénio geotérmico ou verde torna-nos menos dependentes do gás russo e, hoje em dia, o preço da energia solar e eólica é mais barato do que o dos combustíveis fósseis poluentes”, concluiu a líder do executivo comunitário.
E assegurou: “A era dos combustíveis fósseis russos na Europa está a chegar ao fim e, quando nos livrarmos da chantagem, teremos maior poder para defender regras globais”.