Opinião Álvaro Menezes (Saneamento - Brasil): O mundo do Brasil!
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Opinião Álvaro Menezes (Saneamento - Brasil): O mundo do Brasil!

Está imortalizada e conhecida a expressão “custo Brasil”, para descrever os prejuízos que os mal políticos, o excesso de leis, normas e o mal uso da burocracia fazem para prejudicar as empresas locais ou não, os cidadãos, os investidores e a economia do País.

Nos últimos treze anos de lulopetismo, também se fez com que uma das variáveis mais representativas deste custo Brasil, a corrupção, fosse adotada como uma marca nacional. Mas há uma outra expressão que pode caracterizar bem o momento que o Brasil atravessa. Ela pode ser comparada a que se utiliza para pessoas que tem sua vida restrita ao ambiente onde foram criadas, vivem e podem até dominar. Serve a pessoas que não conseguem abrir seus olhos e alargar sua visão para longe das fronteiras de seu ambiente viciado, planejando um futuro melhor a partir de sonhos positivos e conhecimento de outras realidades de realizações bem sucedidas. Assim, de alguma dessas pessoas pode ser afirmar que elas tem um mundo próprio. Pois é, o Brasil cada vez mais é resultado de sua visão de mundo.

Vive-se agora a crise das crises, com a incerteza parecendo ser a forma de esperança que anima a cada um. Não há clareza quanto ao futuro de curto, médio ou longo prazo. Entretanto, como a vida segue independente das crises, continua se falar no Brasil em investimentos e principalmente de organizações privadas. Como sempre as concessões de serviços públicos travadas nos bancos de financiamento por força de projetos inseguros, estudos econômicos pautados na vontade política de fazer obras e nos problemas graves que atingem os Governos - grandes contratantes - e os grandes contratados - as empreiteiras - surgem como primeiras atrações na fila dos planos logísticos de infraestrutura. Logo depois vem as PPP como receita de bolo de padaria para qualquer coisa que os Governos desejem resolver, mesmo que não tenham noção do que representa uma PPP. Recentemente a crise no Rio de Janeiro - lugar que sofre os efeitos do populismo irresponsável há anos - colocou em pauta coisas como a privatização da CEDAE-Companhia de Saneamento do Estado do Rio de Janeiro. Como se fosse simples fazer algo assim e pelo motivo que se expôs: fazer caixa para pagar dívidas.

Uma decisão importante e grave como esta não pode se pautar na mera venda de um ativo valioso, mas falido. Se o desejo é alterar a personalidade jurídica da CEDAE, uma das maiores empresas em tamanho da América Latina,  é preciso fazer um estudo detalhado de sua situação e em sequencia estudar cenários que conjuguem num mesmo projeto modelos de gestão de todo tipo e sua viabilidade. Uma proposta como a que foi feita, apenas mostra quão despreparados seguem os Governos para encontrar soluções para os problemas que criam para o povo.  

Álvaro José Menezes da Costa é engenheiro civil graduado pela UFAL (Universidade Federal do Estado de Alagoas) com especialização em Aproveitamento de Recursos Hídricos (UFAL) e Avaliação e Perícias de Engenharia (UNIP - Universidade Paulista). É vice-presidente nacional da ABES-Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental desde 2012 e sócio da GO Associados Consultoria Multidisciplinar, responsável pelo escritório Norte/Nordeste. É consultor independente na Álvaro Menezes Engenharia & Consultoria. Foi gestor público no setor de saneamento durante 30 anos, ocupando na CASAL-Cia. de Saneamento de Alagoas os cargos de diretor de operações(1989-1991) e comercial (2007-2008), vice-presidente de gestão operacional (2008-2010) e presidente (2011-2014). Na COMPESA-Cia. Pernambucana de Saneamento foi diretor técnico(1999-2006). Foi presidente do Conselho Fiscal da AESBE–Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais entre 2011 e 2014 e membro de conselhos de administração da CASAL (1987/1989 e 2011/2014) e da COBEL - Cia. Beneficiadora de Lixo de Maceió (1995/1999).

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