
Parlamento Europeu alerta para redução de quota de mercado global de tecnologia limpa na UE
O Parlamento Europeu (PE) emitiu, esta quinta-feira, um ponto de situação sobre a tecnologia limpa no setor da energia na União Europeia (UE).
O PE considera que as tecnologias limpas “estão na linha da frente da ambição da UE de prosseguir a descarbonização e a competitividade industrial”. Nesse sentido, “prevê-se que o mercado mundial das tecnologias limpas triplique até 2035, abrangendo setores como o solar, o eólico, as baterias, as bombas de calor e os electrolisadores para a produção de hidrogénio”.
Contudo, avisa o PE, “embora a implantação de tecnologias limpas esteja a aumentar na UE, a sua quota de mercado global está a diminuir e a produção está a ficar para trás”.
“Esta situação deve-se a uma combinação de fatores, como os elevados preços da energia, a dependência das importações de matérias-primas e componentes-chave, a escassez de competências e uma concorrência internacional feroz, alimentada por políticas sólidas de apoio público adotadas pelos principais concorrentes mundiais da UE, como a China e os Estados Unidos”, lê-se na mesma nota.
O PE avisa que a UE já tomou algumas medidas para impulsionar o fabrico de tecnologias limpas, nomeadamente com a Lei da Indústria “Net-Zero”, de junho de 2024 - Regulamento (UE) 2024/1735, que procura reforçar a capacidade de fabrico de tecnologias estratégicas de emissões líquidas nulas através da simplificação dos procedimentos administrativos, do aumento do investimento e da melhoria das competências.
Além disso, pode ajudar também, a Lei das Matérias-Primas Críticas de abril de 2024, que aborda a questão da dependência das importações, procurando diversificar os fornecimentos e aumentar a capacidade interna de extração, transformação e reciclagem de matérias-primas críticas. No entanto, vinca o PE, “subsistem alguns desafios para a tecnologia limpa da UE. Estes incluem assegurar um financiamento privado e público adequado, aplicar rapidamente o quadro legislativo recentemente adotado e reforçar um ambiente regulamentar favorável ao investimento”.
Nesta medida, “espera-se que o Pacto Industrial Limpo, a anunciar em fevereiro de 2025 pela nova Comissão Europeia, juntamente com o Fundo para a Competitividade no âmbito do futuro orçamento plurianual da UE, dê um impulso adicional às tecnologias limpas na Europa”, conclui a nota do PE.