Parlamento Europeu quer redes elétricas mais robustas e adaptadas à transição energética

O Parlamento Europeu aprovou esta quinta-feira, 19 de junho, um conjunto de propostas que visam reforçar a resiliência e modernização das redes elétricas da União Europeia. A decisão, divulgada em comunicado de imprensa, sublinha a necessidade urgente de melhorar a integração das energias renováveis e de simplificar os processos de licenciamento, com vista a um sistema energético mais sustentável e preparado para o futuro.

De acordo com os eurodeputados, é fundamental investir e atualizar as infraestruturas elétricas, tanto a nível nacional como transfronteiriço, para aumentar a capacidade de transporte de energia. O documento apela também a uma supervisão mais eficaz por parte das autoridades competentes, de forma a garantir uma rede elétrica descarbonizada, flexível e segura.

“O apagão na Península Ibérica foi uma demonstração dolorosa da vulnerabilidade das nossas redes”, afirmou a eurodeputada Anna Sturgkh, sublinhando que “a transição energética na Europa falhará se não investirmos tão estrategicamente em infraestruturas como nas energias renováveis”.

O relatório insiste na importância de atrair investimento privado, complementando o financiamento público, e defende que as tarifas de rede devem refletir os custos reais. Aponta ainda a necessidade de resolver os atuais estrangulamentos na rede, que limitam a produção de energia renovável.

A proposta foi aprovada com 418 votos a favor, 112 contra e 45 abstenções. A Comissão Europeia deverá apresentar, até ao final de 2025, um pacote dedicado às redes elétricas. Segundo Bruxelas, será necessário investir 584 mil milhões de euros até 2030 para adequar as redes à transição energética e assegurar a segurança do abastecimento.