
Poças Martins (FEUP): Perdas são “sintoma de doenças que já têm terapêutica”
As perdas nos sistemas de água são “sintoma de várias doenças, que provocam perdas reais e perdas de facturação”, mas para as quais já existem “terapêuticas bem definidas”. Quem o diz é o professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Joaquim Poças Martins, um dos oradores do Programa Avançado para Gestores “Redução de Perdas e Gestão de Empresas de Água”, que vai decorrer a 9 de Dezembro, terça-feira.
No evento, que se realiza na Academia das Águas Livres da EPAL, em Lisboa, o especialista deixará alguns remédios para este curar este mal: “Temos que preparar as empresas para uma exploração mais sofisticada, não necessariamente mais cara, mas com mais engenharia e mais telemetria, com mais monotorização em tempo real”, exemplifica Joaquim Poças Martins, que já ocupou o cargo de secretário de Estado do Ambiente, autarca e presidente de algumas das principais empresas de água do país, como a EPAL e Águas de Gaia e Águas do Douro e Paiva.
O presidente do Conselho Nacional da Água, uma autoridade internacional em matéria de gestão de água, lembra que os ganhos potenciados com a redução das perdas de água pode ser canalizado para fazer face a investimentos ainda necessários na rede ou reabilitação sem aumentar as tarifas.
Poças Martins garante que qualquer empresa que esteja pouco eficiente conseguirá “ganhos espectaculares" reduzindo, no espaço de um ano, as perdas para metade gastando pouco, como aconteceu no Porto, exemplifica.
Os sistemas de informação geográfica, bem como as bases de dados de clientes e infra-estruturas, permitem produzir mapas com prioridades das acções a desenvolver, como condutas a substituir ou contadores a instalar. Possibilitam ainda identificar zonas com mais ou menos pressão, detectar potenciais furtos de água ou outras anomalias permitindo que as empresas sejam geridas de forma “mais eficiente” conduzindo a ganhos que em última análise vão levar a "tarifas mais justas".
Ana Santiago