
População de lince-ibérico atinge número histórico na Península Ibérica
Portugal regista atualmente 354 linces-ibéricos em liberdade, contribuindo para um total de 2 401 exemplares na Península Ibérica — o valor mais elevado desde o início da monitorização sistemática da espécie. A informação foi divulgada esta quinta-feira, 22 de maio, pelo Ministério do Ambiente e Energia, por ocasião do Dia Internacional da Biodiversidade.
De acordo com o Censo de Lince-Ibérico 2024, a população da espécie aumentou 280% desde 2019, afastando-se progressivamente do risco de extinção. O número representa um acréscimo de 400 animais face ao ano anterior, com 1 557 adultos ou subadultos e 844 crias atualmente em liberdade.
O Ministério sublinha que este progresso é resultado da reprodução em cativeiro, da reabilitação de habitats e da gestão ativa da espécie no terreno. Desde 2011, foram libertados 424 linces criados em cativeiro, incluindo 21 no corrente ano, com o apoio de cinco centros especializados, entre os quais o Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI), em Silves, sob a alçada do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Em 2024, o número de fêmeas reprodutoras atingiu as 470, aproximando-se do objetivo de 750, necessário para considerar a espécie em estado de conservação favorável. Este avanço levou à reclassificação do lince-ibérico de “Em Perigo” para “Vulnerável” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, em junho do ano passado.
“A recuperação do lince-ibérico é uma conquista coletiva da Península Ibérica”, afirmou a ministra Maria da Graça Carvalho, acrescentando que Portugal “orgulha-se do papel que tem desempenhado nesta missão”.