Portugal perde oportunidades na reciclagem devido a falhas nos ecovalores e licenciamento, alerta Luís Realista

Luís Realista, administrador na AVE – Gestão Ambiental e Valorização Energética, destacou as falhas na aplicação dos ecovalores e os entraves no licenciamento como os principais obstáculos ao desenvolvimento da indústria da reciclagem em Portugal. “Pagamos 15 euros por habitante em ecovalores, enquanto França paga 40 euros. Essa diferença reflete-se na nossa incapacidade de dinamizar a economia circular e melhorar o desempenho ambiental”, afirmou, sublinhando que a reciclagem de polímeros dos veículos em fim de vida ou de PET para novas garrafas ainda depende da importação de materiais.

O especialista criticou também a morosidade no licenciamento ambiental, apontando que "na CCDR Centro há 400 licenças em espera", o que afeta o investimento no setor. Para Luís Realista, o aumento dos ecovalores, aliado a uma gestão mais eficiente e ágil, é essencial para alcançar as metas ambientais e fomentar a competitividade. “A TGR [Taxa de Gestão de Resíduos] tem sido um instrumento parafiscal eficaz na Europa, mostrando que um aumento desta taxa pode incentivar comportamentos mais sustentáveis”, concluiu.

Luís Realista participou como orador no painel XIV – ‘Alavancar a indústria da reciclagem’, do 18.º Fórum Resíduos, que teve início esta segunda-feira, dia 2 de dezembro.

O debate teve ainda como oradores Sandra Silva, COO Resíduos Veolia Portugal; e Manuel Simões, Diretor-Geral da ECODEAL – Gestão Integral de Resíduos Industriais.

A moderação ficou a cargo de Graça Martinho, Professora Catedrática da NOVA FCT.

O 18.º Fórum Resíduos é uma iniciativa integrada na Semana de Ambiente, organizada pelo Grupo About Media e pelo Jornal Água&Ambiente, que decorre esta segunda e terça-feira, dias 2 e 3 de dezembro. Da edição deste ano fazem ainda parte o 12.º Fórum Energia, que teve lugar nos dias 26 e 27 de novembro, e a 19.ª Expo Conferência da Água, que decorreu nos dias 28 e 29 de novembro.

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