Primeiro túnel do Plano Geral de Drenagem de Lisboa já está concluído

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) anunciou a conclusão do primeiro túnel do Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL), cuja escavação começou em Campolide, em 2023, e terminou agora em Santa Apolónia, após atravessar zonas como as avenidas da Liberdade e Almirante Reis. O túnel tem 4 414 metros de extensão e inclui 2 452 anéis de betão.

Segundo o presidente da autarquia, Carlos Moedas, esta é uma obra “essencial” para o futuro da cidade, permitindo não só prevenir cheias e inundações, cada vez mais frequentes, como também reaproveitar a água para usos urbanos. “Hoje, Lisboa gasta por ano 2,8 milhões de metros cúbicos de água potável para usos que muitas vezes não são para consumo humano, como lavar ruas. Isso não faz sentido”, afirmou. O túnel estará ligado a um reservatório com capacidade para 17 mil metros cúbicos de água.

Carlos Moedas destacou ainda que o PGDL é “a maior obra europeia na luta contra as alterações climáticas”. Apesar dos incómodos provocados pelos trabalhos, como o ruído ou os condicionamentos de trânsito, acredita que os benefícios compensarão os transtornos. “Obrigado a todos os lisboetas pela paciência e pela compreensão”, disse.

A visita que assinalou a conclusão da escavação decorreu no estaleiro de Santa Apolónia e contou com a presença da Comissária Europeia do Ambiente, Jessica Roswall, da ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, da vereadora das Obras Municipais, Filipa Roseta, e do antigo presidente da CML, Carmona Rodrigues, que, segundo Carlos Moedas, “há 20 anos idealizou e pensou a obra”.

O PGDL é um plano estratégico municipal para o saneamento, que pretende proteger Lisboa de cheias causadas por fenómenos extremos de precipitação. A versão mais recente, que cobre o período entre 2016 e 2030, inclui medidas como a construção de bacias de retenção, reforço e reabilitação da rede de saneamento e a criação de dois grandes túneis de drenagem.