
Qualidade das águas balneares em Portugal desce para mínimos dos últimos quatro anos, alerta ZERO
A ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável manifestou preocupação com a degradação da qualidade das águas balneares em Portugal, após a divulgação, esta sexta-feira, do relatório anual da Agência Europeia do Ambiente. Os dados revelam uma descida contínua na percentagem de praias com classificação de qualidade excelente, que passou de 88,5% em 2021 para 82,6% em 2024 — um valor abaixo da média dos 29 países avaliados (85%).
Segundo a ZERO, apesar do aumento de praias com Bandeira Azul (de 398 para 404) e das chamadas “Praias ZERO Poluição” (de 59 para 81), "há uma tendência contrária preocupante", com destaque para a redução das águas balneares de excelência e o aumento das classificadas com qualidade “má”, que triplicaram face ao ano anterior. Em 2024, foram identificadas nove praias com má qualidade da água, face a apenas três em 2023.
A associação considera fundamental que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e as Direções Regionais do Ambiente dos Açores e Madeira avaliem esta tendência. “A seca poderá ter agravado a contaminação em zonas interiores”, refere a ZERO, sublinhando que cinco das nove praias com má qualidade são interiores.
Das nove praias com classificação negativa, apenas uma estará encerrada este verão: a do Ilhéu de Vila Franca do Campo, nos Açores. As restantes continuam abertas, incluindo seis no continente e duas na Madeira. A ZERO recomenda “particular atenção” aos alertas da APA e sugere a consulta do site InfoÁgua antes de frequentar estas zonas.
A classificação negativa abrange praias nos concelhos de Arganil, Seia, Matosinhos, Castelo Branco, Figueiró dos Vinhos, Manteigas, Funchal e Machico, para além da referida praia açoriana.