
Quercus contesta instalação de postes de alta tensão junto a habitações em Oeiras
A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza – denunciou esta sexta-feira a colocação iminente de dois postes de alta tensão a menos de dois metros de casas no concelho de Oeiras, alertando para a ausência de garantias de segurança pública e de participação dos moradores no processo.
Segundo a associação, as obras de preparação, iniciadas em junho de 2025 pela REN - Redes Energéticas Nacionais contaram com o aval da Câmara Municipal de Oeiras, mas decorreram sem aviso prévio à população e sem qualquer consulta pública. A intervenção está a decorrer na esquina da Rua Alice Ogando com a Rua Manuel Mendes e junto aos Bombeiros Voluntários de Oeiras (Cacilhas), levando já à criação da petição cívica “Enterra Alta Tensão”.
Entre os principais motivos de preocupação, a Quercus destaca a violação das distâncias mínimas de segurança previstas para linhas de alta tensão, que devem ser de, pelo menos, três a cinco metros, consoante a tensão elétrica. A organização ambiental salienta também os riscos para a saúde pública, referindo que a exposição prolongada a campos eletromagnéticos pode estar associada a problemas neurológicos, distúrbios do sono e leucemia infantil, com base em estudos da Agência Nacional de Segurança Sanitária de França.
A associação aponta ainda os impactos negativos ao nível do ruído, da poluição visual e da ameaça à avifauna local, bem como o risco acrescido de acidentes provocados por fenómenos climáticos extremos, que podem comprometer a estabilidade das estruturas.
“Não aceitamos decisões com elevado impacto ambiental e social tomadas sem estudos técnicos transparentes, nem participação pública”, afirma a Quercus, exigindo a suspensão imediata das obras, a divulgação dos estudos técnicos que fundamentam o projeto, a abertura de um processo de consulta pública e, caso a instalação seja inevitável, o enterramento das linhas como solução mais segura e com menor impacto