Rafaela Matos: “Na próxima década há que sair ainda mais da zona de conforto”
ambiente

Rafaela Matos: “Na próxima década há que sair ainda mais da zona de conforto”

A investigadora e directora do Departamento de Hidráulica e Ambiente do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), Rafaela Matos, reconhece que nos últimos dez anos, no sector da água, Portugal “evoluiu bem da fase essencialmente infra-estrutural para a fase da gestão destes serviços” e até conseguir atrair jovens para o sector, mas na próxima década “há que sair ainda mais da zona de conforto”, defende.

É preciso “saber aprender mais e melhor com os melhores, inovar de forma mais integradora, organizar e internalizar o conhecimento de referência em ambiente de trabalho e de forma sistémica”, sugere a especialista.

Nos últimos dez anos os profissionais da água deram mostras de se adaptarem a uma dinâmica crescentemente tecnológica, “mais exigente em termos de integração disciplinar, institucional e geracional, e igualmente mais exigente na interface de comunicação e de participação dos utilizadores e destinatários dos serviços de águas”.

Rafaela Matos será uma das oradoras da 10ª Expo Conferência da Água, que decorre a 11 e 12 de Novembro, no Sana Malhoa Hotel, em Lisboa, no painel intitulado “Inovar nas ideias – Investigação e desenvolvimento tecnológico com aplicação prática no mercado da água” abordando o exemplo que constitui o BINGO [Bringing INnnovation to onGOing Water Management – A better control of our future under climate change].

Rafaela Matos é a coordenadora do projecto europeu BINGO, que está a ser liderado por Portugal através do LNEC, que se destina a desenhar soluções de adaptação às alterações climáticas para o ciclo integrado da água. 

No ano em que se assinalam 10 anos da Expo Conferência da Água, Rafaela Matos deixa ainda o desejo de que “um Portugal inovador” venha, na próxima década, a surpreender ainda mais na gestão dos recursos hídricos e nos serviços de águas, tornando-se numa referência internacional na inovação científica, tecnológica e de governância da água.

“Gostaria que um dos incentivadores desta transformação fosse a Parceria Portuguesa para a Água (PPA), fortemente dinamizada pelos seus associados, em estreita ligação com os agentes do sector”, concretiza.

A especialista faz votos de que, “num ambiente de saudável e contagiante energia e de conjugação de vontades, se fortaleça a internacionalização do saber e do saber fazer nacional, criando-se condições para Portugal se tornar um hub de capacitação internacional e referencial na preparação das novas gerações para os desafios da água, e para a sustentabilidade dos serviços em todas as suas dimensões”.

Rafaela Matos acredita neste desígnio. “Confio que é possível concretizar todas estas aspirações na próxima década. Depende de nós. Vamos a isso?”, convida.  

Ana Santiago

Topo
Este site utiliza cookies da Google para disponibilizar os respetivos serviços e para analisar o tráfego. O seu endereço IP e agente do utilizador são partilhados com a Google, bem como o desempenho e a métrica de segurança, para assegurar a qualidade do serviço, gerar as estatísticas de utilização e detetar e resolver abusos de endereço.