
Região de Leiria contra aumento da tarifa de tratamento de resíduos da ERSUC e Valorlis
A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) é contra o aumento da tarifa de tratamento dos resíduos urbanos por parte da ERSUC e Valorlis, para 2022, ambas detidas pelo grupo EGF. Os municípios consideram o aumento excessivamente elevado e sem justificação técnica e financeira, além de ser penalizador para os cidadãos.
Quanto aos municípios de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, “ao nível do tratamento de resíduos urbanos, a CIMRL esclarece que se encontram na área de intervenção da ERSUC e para esta empresa apresenta-se um aumento do preço unitário de tratamento de resíduos urbanos em 2022” de 28,99 euros por tonelada para 44,04 euros por tonelada, isto é, 51,9%.
Já Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós estão dependentes da Valorlis, “perspetivando-se nesta entidade um aumento do preço unitário de tratamento de resíduos urbanos em 2022 de 35,40 euros/tonelada para 37,90 euros/tonelada (aumento de 7,1%)”.
Além destes aumentos, que “excedem em muito o referencial de atualização de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (taxa de inflação), que foi fixada em 0,74%”, soma-se a decisão do Governo implementada em 2021 de aumentar para o dobro o valor da Taxa de Gestão de Resíduos a cobrar aos municípios, passando de 11 euros/tonelada para 22euros/tonelada.
“Os aumentos agora em perspetiva representam um aumento tarifário acumulado nos últimos quatro anos sem paralelo em qualquer outro serviço supramunicipal, respetivamente de 54% no sistema gerido pela empresa ERSUC e 48,3% associado à empresa Valorlis”, adianta a CIMRL. Esta comunidade intermunicipal notou que “as mesmas empresas apresentam um crescimento de lucros positivos no último biénio em cerca de 50%”, situação que “revela uma apropriação indevida de rendimentos à custa da tarifa cobrada aos municípios clientes destes sistemas multimunicipais”.
Os municípios da região de Leiria vão reclamar à Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).
O vice-presidente da CIMRL e também presidente do município de Porto de Mós, Jorge Vala, afirmou à agência Lusa que os autarcas ficaram “profundamente indignados com o facto de a ERSAR aceitar esses aumentos”, destacando ainda que “os municípios já têm aprovado os tarifários para 2022, como uma recomendação da ERSAR de aumento máximo de 0,9%”.