
‘Startup’ norueguesa quer instalar painéis solares em 10 mil casas portuguesas até 2025
A empresa norueguesa de soluções solares Otovo, que iniciou esta quarta-feira a operação em Portugal – neste que é o seu 10.º mercado europeu –, estima promover a instalação de painéis solares em 10 mil casas até 2025, o que corresponde 35 megawatts (MW) instalados, afirmou à Lusa o diretor-geral, Manuel Pina.
Nesse sentido, o diretor-geral disse ainda à Lusa que a plataforma estima conseguir fazer 10 mil vendas, ou novos clientes, dependendo de um de dois modelos que disponibiliza para facilitar a instalação de painéis solares em habitações, até 2025, o que corresponde a cerca de 35 MW instalados no mesmo período, um valor expressivo para o mercado residencial.
Para tal, a Otovo funciona como uma plataforma que disponibiliza duas modalidades de aquisição de painéis: um modelo de compra única, em que, por cada instalação, cobra uma comissão sobre o valor total do projeto, ou então um modelo de subscrição, durante 20 anos, em que o equipamento é instalado sem que o cliente precise de avançar com qualquer investimento, cobrando um valor mensal fixo (sujeito a atualizações com base na inflação).
“Acreditamos que uma das principais armas que as famílias têm para se defenderem do aumento dos custos é produzirem a sua própria energia”, disse Manuel Pina, na sessão de apresentação da empresa, em Lisboa. O objetivo, enfatizou o responsável, é “democratizar o acesso ao autoconsumo, de forma que seja fácil, económico e rápido”.
Quem estiver a considerar instalar painéis solares em casa pode introduzir a morada na plataforma e um algoritmo determina qual o melhor sistema para aquela família, com base em fatores como a inclinação do telhado, por exemplo. Depois, é criado um leilão instantâneo entre todos os instaladores que estão na aplicação, é feita uma proposta ao cliente e, por fim, é escolhido o modelo de pagamento.
Por exemplo, segundo o responsável, uma família de Leiria que já aderiu ao sistema de subscrição e que tinha uma fatura de eletricidade média mensal de 98 euros está já a poupar sete euros por mês, uma vez que a energia solar permite reduzir o valor da fatura para 57 euros, aos quais acrescem 32 euros de subscrição (total de 89 euros por mês).
Adicionalmente, há também a possibilidade de vender à rede o excedente de energia produzida, o que faz aumentar o valor da poupança.
Para já, a plataforma conta com quatro instaladores de painéis nacionais, mas, a nível global, a lista inclui mais de 700 empresas.
Segundo a Otovo, 54% da população portuguesa vive em casas independentes ou geminadas, ou seja, têm controlo sobre o seu telhado, mas apenas 3,5% da energia consumida pelas famílias é produzida em sistemas solares descentralizados da rede.
A empresa tem estado a testar os processos com algumas vendas em Portugal e, com a experiência ainda curta no mercado, concluiu que mais de 75% das vendas são com modelo de subscrição.
Conforme adiantou Manuel Pina à Lusa, as vendas feitas até ao momento representam uma poupança real e imediata de entre 5% a 20%, dependendo do sistema escolhido.