Valorização de resíduos – Origem e caminho futuro para maior eficiência

A valorização energética de Combustível Derivado de Resíduos (CDR) é essencial para a descarbonização da indústria cimenteira, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis. No entanto, existem ainda desafios associados à sua qualidade, pois nem sempre cumprem os requisitos técnicos das cimenteiras, causados pelo processamento dos resíduos a montante da cadeia de fornecimento.

Nos últimos anos, o Combustível Derivado de Resíduos (CDR) tem ganho destaque como alternativa para a valorização energética de resíduos que, de outra forma, seriam encaminhados para aterro. Produzido através de resíduos não recicláveis, o CDR pode ser utilizado em unidades industriais, como cimenteiras, e centrais termoelétricas, contribuindo para a redução da dependência de combustíveis fósseis e, consequentemente, para a redução das emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE).

As características do forno cimenteiro, nomeadamente, o longo tempo de residência e as elevadas temperaturas, permitem a valorização integral e segura dos resíduos sem gerar passivos ambientais e aproveitando o potencial energético e mineral do material, tratando-se de uma operação de coprocessamento. Assim, o consumo de combustíveis alternativos, entre os quais se destaca o CDR, integra-se como um vetor estratégico da AVE – Ambiente e Valorização Energética, S.A. (AVE), contribuindo de forma decisiva para os objetivos de descarbonização, transição energética e desvio de resíduos dos aterros. Através de uma abordagem integrada e tecnologicamente avançada, a AVE posiciona-se na vanguarda do setor da valorização energética, oferecendo soluções fiáveis e sustentáveis para a gestão destes resíduos não recicláveis.

A produção e a valorização de CDR reduzem a deposição de resíduos em aterro e complementam, em larga escala, a transição energética.

Do ponto de vista técnico, a eficiência do CDR depende diretamente da sua composição química e física, fatores que exigem um elevado grau de controlo e precisão na sua produção. Neste contexto, a AVE defende a necessidade de investimentos contínuos em tecnologias de separação automatizada, sistemas de triagem ótica e processos de secagem na produção de CDR a montante da cadeia, ao nível dos Operadores de Tratamento de Resíduos (OTR) que preparam e fornecem estes CDR. Estes investimentos contribuiriam para assegurar a conformidade deste material com os requisitos normativos e industriais das cimenteiras, permitindo um produto final com elevado poder calorífico e desempenho previsível nos fornos das cimenteiras.

Do ponto de vista comercial, o CDR representa uma alternativa competitiva e ambientalmente responsável aos combustíveis fósseis, reduzindo os custos energéticos e a pegada carbónica das indústrias onde é utilizado. Assegura ainda os objetivos de gestão de resíduos nacionais, ao reduzir a deposição de resíduos em aterro, originando, consequentemente, a diminuição do custo com a Taxa de Gestão de Resíduos. Ao disponibilizar uma solução alinhada com as exigências da economia circular e dos objetivos de sustentabilidade, a AVE reforça o seu papel enquanto operador estratégico no mercado de combustíveis alternativos para a valorização energética destas frações.

A qualidade do CDR depende da qualidade da triagem dos resíduos realizada e do investimento em tecnologias de preparação deste combustível alternativo.

A AVE constitui uma oportunidade para o encaminhamento das frações rejeitadas pela reciclagem (como, por exemplo, os rótulos de embalagens, os rejeitados da reciclagem de plásticos mistos ou a fração resto do tratamento de RSU).

A adoção de tecnologias avançadas que assegurem um tratamento mais eficiente dos resíduos antes da sua transformação em CDR também constitui um desafio neste processo. No entanto, nos últimos anos, tem-se constatado que alguns OTR enfrentam dificuldades na triagem eficaz dos resíduos, o que se traduz em variações significativas na qualidade do CDR produzido. Estas inconsistências afetam diretamente a fiabilidade e o desempenho do combustível no processo de coprocessamento.

A AVE defende ainda que, para assegurar a qualidade e a eficiência do CDR, é essencial garantir o encaminhamento separado de resíduos que resultam da triagem de fluxos específicos de resíduos, entre os quais se destacam, resíduos de embalagens não recicláveis, outros plásticos, plásticos com Poluentes Orgânicos Persistentes (POP), espumas resultantes do tratamento de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE), entre outros materiais. A separação adequada na origem e o envio controlado destes materiais permitem uma preparação mais eficiente, minimizam a presença de contaminantes no CDR e asseguram um produto final com maior valor energético. A correta gestão destes fluxos é, por isso, um passo decisivo para a fiabilidade do coprocessamento e para o cumprimento dos requisitos técnicos das cimenteiras, bem como os requisitos mínimos estabelecidos legalmente, controlados pelas Entidades Gestoras (EG) dos fluxos específicos de resíduos.

A integração do CDR nas estratégias nacionais de descarbonização poderá também impulsionar investimentos no setor e incentivar a adoção de melhores práticas. No entanto, a AVE defende que a articulação entre entidades gestoras, empresas e decisores políticos, é essencial para superar estes desafios e garantir um futuro mais sustentável para os setores industriais e de gestão de resíduos.

Com uma visão orientada para a inovação, eficiência e sustentabilidade, a AVE continua a desenvolver soluções à medida para os seus clientes, consolidando parcerias de longo prazo baseadas na confiança, desempenho técnico e compromisso ambiental, reforçando assim a sua posição como um agente ativo na promoção de um modelo energético mais limpo, responsável e resiliente.

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