
ZERO pede melhor fiscalização da gestão dos frigoríficos usados
A Associação ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável exige ao Governo uma melhor fiscalização da gestão dos frigoríficos usados e o cumprimento da lei para punir os infratores, acusando as empresas de distribuição de cometerem ilegalidades.
Em comunicado, a ZERO invoca o relatório da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) relativo uma ação de fiscalização visando o controle do destino dos frigoríficos em fim de vida, através da colocação de GPS, revelou que 43% destes resíduos estão a ser encaminhados para destinos ilegais, originando a libertação do gás refrigerante para atmosfera, contribuindo para o efeito de estufa da atmosfera e a consequente subida da temperatura do planeta.
No entanto, explica a ZERO, “apesar de terem sido claramente identificadas as entidades que cometeram esta ilegalidades, as autoridades ambientais apenas levantaram processos em menos de 20% das infrações, demonstrando uma desconcertante incapacidade para fazer cumprir a lei”.
Esta situação de desvio dos frigoríficos “já é crónica e revela que os vários responsáveis ministeriais pela pasta do Ambiente não têm querido afrontar o poderoso setor da Distribuição, preferindo a inação que tem sido extremamente penalizadora para o ambiente e o clima”, acusa a ZERO.
A associação refere ainda que o envio dos frigoríficos usados para destinos ilegais acontece “devido ao valor económico do cobre que compõe os motores/compressores destes equipamentos, mas quem, à margem da lei, recebe estes frigoríficos, apenas aproveita as componentes metálicas valiosas, não procedendo à recolha e devido tratamento dos gases refrigerantes que acabam por ser libertados para a atmosfera com grande impacto em termos climáticos”.
Com o objetivo de alertar os responsáveis governamentais para esta “situação insustentável”, a ZERO realça que reuniu recentemente com o secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, a quem esclareceu detalhadamente o que se estava a passar, tendo apontado quais as soluções a tomar para “pôr cobro a esta gritante impunidade das empresas de distribuição”. Espera agora que Emídio Sousa “cumpra as suas funções e tome as medidas necessárias de forma que, em futuras ações de fiscalização, sejam devidamente punidas as empresas de distribuição que têm estas práticas ilegais”.