
ambiente
Obstáculos políticos sobrepõem-se aos tecnológicos para os veículos eléctricos
«Há
mais obstáculos políticos do que tecnológicos ao
desenvolvimento de veículos eléctricos», disse
Pedro Sena da Silva, presidente do conselho de administração
da Autosil, empresa produtora de baterias para automóveis, no
seminário sobre mobilidade sustentável que decorreu
ontem, no Parque das Nações, a propósito das
quartas Jornadas da Inovação, que decorrem até
amanhã na Feira Internacional de Lisboa (FIL).
Para
Pedro Sena da Silva, a indústria automóvel futura «não
pode andar atrás do preço do petróleo, de forma
a dar resposta à procura que aumenta e diminui conforme a sua
variação». Por isso, diz, cabe à política
estabelecer as condições necessárias a uma
estabilização dos factores de procura por automóveis,
nomeadamente estabelecer um preço mínimo e máximo
para os combustíveis e estabelecer incentivos para os veículos
eléctricos.
O
responsável disse ainda que os únicos problemas das
baterias para os veículos eléctricos são a
autonomia e o tempo de carga, questões que estão «à
beira de serem resolvidas», acrescentando que o futuro desta
tecnologia passará pela conversão dos automóveis
convencionais em automóveis movidos a electricidade, e não
a aquisição de veículos novos, uma vez que
Portugal já tem um parque automóvel bastante extenso.
Os primeiros utilizadores da tecnologia deverão ser, conclui,
as frotas de utilização urbana, para as quais é
possível prever o número de quilómetros diários
e a autonomia necessária.
Para
Pedro Moreira da Silva, da Efacec Sistemas de Electrónica,
presente no mesmo seminário, os desafios para os veículos
eléctricos passam por uma maior standardização
no que toca a conectores, carregadores, protecções
físicas ou protocolos de comunicação. O
responsável chamou ainda a atenção para o
aumento da necessidade de energia eléctrica para a utilização
dos veículos eléctricos. «Se, em 2020, 20 por
cento dos carros forem eléctricos, em Portugal, teríamos
de produzir mais 1000 Gwh/ano, ou seja, entre mais 1 e 3 por cento da
electricidade que produzimos actualmente».