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ambiente
Águas de Portugal prepara aumento de capital
A sensibilização dos
indivíduos e das comunidades para a importância da água e da sua
utilização sustentável é uma das prioridades das empresas do
Grupo Águas de Portugal (AdP). Na semana em que se assinalou o Dia
Mundial da Água, o AmbienteOnline dá a
conhecer algumas das prioridades do grupo que participa num conjunto
de empresas que, em parceria com os municípios, prestam serviços a
cerca de 70 por cento da população portuguesa.
Em Portugal, os grandes desafios que subsistem ao nível do
abastecimento da água «estão relacionados com a sustentabilidade
do sector», frisa Pedro Serra, presidente do Grupo AdP, ao
AmbienteOnline. A generalização destes serviços, que
são essenciais ao bem-estar, à saúde pública, às actividades
económicas e à protecção do ambiente, requer elevados
investimentos.
Face aos investimentos
importantes que ainda é necessário realizar, a empresa continuará
a ter necessidade de financiamento junto da banca. Para tal, refere o
responsável, será necessário um aumento de capital. Este é «um
assunto que começou a ser tratado com o accionista e que esperamos
que venha a ter desenvolvimento num futuro próximo», adianta.
De
qualquer modo, para garantir a continuidade da
prestação destes serviços ,«é fundamental que os investimentos
projectados não se centrem apenas na construção de novas
infra-estruturas e integrem, desde logo, as componentes de manutenção
e reabilitação das redes e das infra-estruturas», frisa.
Complementarmente, há que garantir a sustentabilidade
económico-financeira das entidades gestoras para que os
investimentos possam ser efectuados e os serviços possam ter
continuidade.
Sendo certo que a eficiência da gestão é uma premissa essencial
a esta sustentabilidade, na grande maioria dos casos as tarifas
praticadas não cobrem os custos associados à prestação destes
serviços. Com efeito, verifica-se também um grande desafio na
identificação das tarifas reais e na criação de soluções que
possam conduzir ao estabelecimento de tarifas sustentáveis e
socialmente justas, realça o responsável, que não deixa de chamar
a atenção para o trabalho que tem sido desenvolvido e que permite
que o País tenha água de boa qualidade.
Este é um dos factores que leva o presidente do Grupo Águas de
Portugal a beber sempre água da torneira e, até, a apreciar os
restaurantes que já têm água da torneira disponível na mesa para
os seus clientes.
Desenvolvimento
de parcerias em curso
Entre os projectos da
empresa para 2010, destaque também para as parcerias Estado-autarquias. No ano
passado ficaram concluídos dois processos de constituição de
parcerias – uma com os municípios do Alentejo e outra com os
municípios da região de Aveiro. Pedro Serra refere que «são dois
projectos importantes», que abrem perspectivas para que, nos
próximos anos, seja possível fazer o mesmo com outras autarquias em
outras regiões do País.
Para além das duas
parcerias já concretizadas, o grupo está em contacto com
autarquias praticamente de todo o País. Pedro Serra esteve
recentemente na região do Oeste, com a Comunidade Intermunicipal do
Oeste, onde fez uma apresentação do que poderia ser uma solução
de parceria com cerca de 12 municípios daquela zona; posteriormente,
esteve no Minho para fazer uma apresentação aos municípios do
Noroeste.
«Tenho em vista
aproveitar também as assembleias de Março para abordar esta questão
com as autarquias de todo o País, para tentar perceber qual é a
disponibilidade destas para avançarmos com um processo de
negociações com vista à constituição das parcerias», adianta.
O objectivo é que, em
2010, sejam constituídas, pelo menos, mais duas ou três parcerias.
«Pensamos que é possível no Noroeste, na região do Minho, no
Oeste e no Algarve», refere.
Fusões
na fase final
No
que respeita aos processo de fusão em curso, o
processo das três empresas do Minho – Águas do Cávado,
Minho-Lima e Ave – está praticamente concluído.
Já
o processo de fusão entre a Águas do Mondego e a Simlis encontra-se
mais atrasado. «É um dos assuntos que iremos também voltar a
tratar nas assembleias-gerais de Março», frisa Pedro Serra.
Quanto à Valorsul e
Resioeste, o processo está ainda dependente de algumas deliberações
em órgãos autárquicos.
Projectos
internacionais abertos a empresas portuguesas
Em termos internacionais,
o Grupo Águas de Portugal está a explorar algumas oportunidades de
negócio em Angola, em parceria com empresas angolanas, e admite a
possibilidade de integração de empresas portuguesas.
Além disso, o grupo está
a tentar consolidar a operação em Maputo (Moçambique) e a fazer
alguma prospecção de mercados. Contudo, essa prospecção também
depende muito da iniciativa de terceiros, uma vez que «não queremos
ir sozinhos para alguns mercados», afirma o responsável.
Em
Moçambique, o laboratório da Águas de Moçambique foi alvo
de um investimento em novos equipamentos, da ordem dos 225 mil euros.
Naquele país, para além da distribuição de água à cidade de
Maputo, que actualmente é de 12 horas/dia, a Águas de Moçambique
fornece também, no âmbito do mesmo contrato, água potável à
cidade de Matola e à vila de Boane, totalizando uma produção de
água mensal de 5,5 milhões de m3.
Além
destes destinos, os países do Magrebe são mercados para os quais o
grupo tem olhado com alguma atenção, e também os do Próximo
Oriente.
AdP em Números
|
2006
|
2007
|
2008
|
Volume de água
produzida (milhões de m3)
|
629,2
|
609,8
|
622,4
|
Volume de água
distribuída (milhões de m3)
|
158,1
|
133,8
|
130,7
|
Volume de águas
residuais tratadas (milhões de m3)
|
310,1
|
312,9
|
357,0
|
Volume de efluentes
recolhidos (milhões de m3)
|
83,5
|
68,9
|
64,8
|
Volume de resíduos
sólidos urbanos tratados (milhões de toneladas)
|
2,5
|
2,6
|
3,7
|
Recolha selectiva
(milhares de toneladas)
|
131
|
146
|
23
|