Design é ferramenta “poderosa” para a reciclagem na União Europeia, conclui estudo do Instituto Superior Miguel Torga
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Design é ferramenta “poderosa” para a reciclagem na União Europeia, conclui estudo do Instituto Superior Miguel Torga

O design é uma ferramenta “poderosa” para atingir as metas de reciclagem definidas pela União Europeia, em especial a de reciclar 65% das embalagens até ao final de 2025. A conclusão é de um estudo europeu coordenado pelo Instituto Superior Miguel Torga, em Coimbra, que destaca o papel do design na reutilização criativa de materiais de difícil reciclagem, como as embalagens de cartão plastificado usadas em pacotes de leite e sumos.

Publicado em abril na revista Convergências, o estudo mostra como estas embalagens, compostas por papel, plástico e alumínio, podem ser reaproveitadas como matrizes para impressão de cartazes, folhetos e outros suportes visuais, evitando o seu envio para aterro ou incineração. “Ao reaproveitar estas embalagens como base para impressão, o design transforma resíduos em recursos sem aumentar a pegada ambiental”, afirma Maria Luísa Costa, docente e investigadora do Instituto Superior Miguel Torga.

O trabalho envolveu investigadores de Portugal, Itália e Espanha e foi desenvolvido no âmbito do programa Erasmus+ “The Unequal City”. Parte do estudo baseia-se num workshop internacional realizado em Castelló, Espanha, onde estudantes reutilizaram embalagens com técnicas de impressão sustentáveis, usando tintas não-tóxicas e processos de baixo impacto ambiental.

Segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente, referidos pelo estudo, apenas 11% dos resíduos recolhidos seletivamente em Portugal em 2023 eram embalagens de cartão plastificado. Para os autores do estudo, a solução passa pela valorização destes materiais desde a fase de conceção dos projetos. “Se integrarmos estratégias sustentáveis logo na fase de projeto de design, estamos a contribuir para alcançar essas metas”, defende Maria Luísa Costa.

A investigação, coordenada por docentes do Instituto Superior Miguel Torga, sublinha ainda o papel das universidades na transição para modelos de produção e consumo mais sustentáveis. “As metas climáticas não se atingem apenas com novas tecnologias ou diretivas legislativas”, salienta a investigadora. Também “se atingem nas salas de aula, nos estúdios e nos laboratórios, onde se formam os profissionais que vão redesenhar os sistemas económicos do futuro”, conclui.

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