A administração pública no setor da energia enfrenta morosidade processual, desarticulação entre entidades (ex.: DGEG, APA, CCDR) e escassez crónica de recursos humanos e tecnológicos, nomeadamente na DGEG. Tal resulta em atrasos nos licenciamentos e dificuldade em acompanhar a inovação do setor.
O programa do XXV Governo aposta na reforma do Estado. Centrada na modernização da máquina pública e na redução da burocracia, pretende reorganizar, fundir estruturas, transferir competências e reduzir cargos dirigentes.
Dir-se-ia que estamos perante a receita ideal de que a administração pública responsável pela área da energia precisa, como de pão para a boca. Veja-se o caso da DGEG, entidade central no setor da energia, que não é, há já algumas décadas, devidamente contemplada com os meios e recursos de que precisa, humanos e operacionais.
Já a ADENE, que tem como principal missão promover a eficiência energética e o uso sustentável dos recursos naturais, parece ter recursos suficientes que lhe permitem abraçar novos e variados projetos, como o lançamento, só este ano, de 86 balcões de apoio ao cidadão em matéria de eficiência energética e redução de consumo ou a elaboração de “um estudo estratégico dedicado à Indústria Portuguesa e as Energias Renováveis Oceânicas”, que acaba de ser anunciado.
Provavelmente, em matéria de energias renováveis e respetivos processos de licenciamento, importaria assegurar que a DGEG tem condições para pôr em marcha as prioridades há muito identificadas, por exemplo, em colaboração com a ADENE.
Com a entrada de um Governo que quer reformar o Estado, os nossos especialistas são convidados a identificar os principais nós górdios da intervenção e da organização do Estado na área da energia e a apresentar medidas que contribuam para uma atuação pública mais capaz e mais eficaz.
Quais as principais debilidades que se identificam na administração pública responsável pelo setor da energia e qual a sua natureza?
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