
Ministro do Ambiente cria comissão para fiscalizar festival de música no Douro
O Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, decidiu criar uma Comissão de Acompanhamento para o Festival Marés Vivas que se realizará junto à Reserva do Estuário do Douro, em Julho, em Vila Nova de Gaia, localização que é contestada pela associação ambientalista Quercus.
A associação ambientalista argumenta que o local onde o festival se realizou desde 2008 até 2015 continha um morro fortemente arborizado da Quinta Marques Gomes, que reduzia e moderava a propagação do ruído, mas que já não existe, alerta.
“O ruído, especialmente à noite, aterroriza as aves que voam descontroladamente e vão posteriormente ferir-se ou morrer. Prova disso foi o lançamento do 'maior foguete do mundo' do Porto para o Estuário do Douro. Este evento, que foi denunciado pela QUERCUS, em 2010, resultou em inúmeras mortes de aves do estuário. Há também a ter em conta os impactos das obras necessárias de terraplanagens nos ecossistemas locais”, alerta a associação”, alerta a associação ambientalista que defende a elaboração de um Estudo de Impacte Ambiental.
O Ministério do Ambiente garante, em nota enviada às redacções, que a Comissão de Acompanhamento terá como missão "definir medidas de minimização prévias à realização do Festival Marés Vivas, nomeadamente o local e orientação do palco, a delimitação de zonas de circulação interdita, as barreiras acústicas suplementares e todas as que se julgarem relevantes que reduzam potenciais impactos ambientais”.
A Comissão irá acompanhar e fiscalizar as actividades ligadas ao referido festival, recolhendo informação sobre o ruído produzido e a perturbação efectiva provocada sobre a fauna local.
Integrará três representantes do Ministério do Ambiente e trabalhará em articulação com a Câmara Municipal de Gaia, “podendo ouvir e pedir aconselhamento a outros profissionais e membros de organizações ambientais”.
Esta reserva natural é actualmente o sítio de maior importância para a biodiversidade na região do Grande Porto e alberga mais de uma centena de espécies de aves, grande parte delas protegidas e raridades, segundo a Quercus.