
Reclamações sobre vales energéticos aumentam 177% e governo lidera nas queixas
As reclamações sobre os vales de eficiência energética aumentaram 177% no primeiro semestre de 2025, face ao mesmo período de 2024, segundo dados do Portal da Queixa. Só no segundo trimestre deste ano, o crescimento foi de 200% em comparação com igual período do ano passado.
A maioria dos beneficiários queixou-se da não atribuição dos apoios (59,25%) e da falta de informação ou dificuldades de contacto (37,04%).
O Ministério do Ambiente e Energia é apontado como responsável por 65,11% das reclamações. A Agência Portuguesa do Ambiente surge em segundo lugar, com 6,98% das queixas. Do total de reclamações, apenas 27,91% foram resolvidas; 48,84% continuam por resolver e 23,26% aguardam resposta.
Geograficamente, os distritos do Porto, Lisboa, Setúbal, Braga e Aveiro concentram o maior número de queixas.
O programa previa distribuir 100 mil vales, no valor de 1300 euros cada, a famílias em situação de vulnerabilidade energética. No entanto, o Governo reduziu essa meta em 60%. Foram entregues menos de 20 mil vales e, desses, 4.200 ainda não foram utilizados. Para compensar, foram canalizados 90 milhões de euros para obras e aquisição de eletrodomésticos.
“É fundamental garantir a atribuição dos apoios de forma célere e transparente, além de melhorar a comunicação com os beneficiários”, defende Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa.