Projectos de adaptação às alterações climáticas financiados a 100 por cento abrangem múltiplas áreas

Projectos de adaptação às alterações climáticas financiados a 100 por cento abrangem múltiplas áreas

Os cinco projectos sectoriais de adaptação às alterações climáticas, que integram o programa AdaPT, são financiados a 100 por cento e abrangem múltiplos sectores, desde a gestão de recursos hídricos e reflorestação de zonas semiáridas passando pela indústria e serviços até ao turismo.

“Os projectos sectoriais tiveram por base os sectores que já estão hoje definidos na nossa Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas”, explicou ao Ambiente Online Ana Teresa Perez, vogal do Conselho Directivo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

A APA é entidade que gere o programa AdaPT, financiado pelo EEA Grants (Noruega, Islândia e Liechtenstein) e Fundo Português do Carbono, e que está orçado em três milhões e meio de euros.

Os projectos foram apresentados ontem à tarde numa sessão que decorreu nas instalações do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, em Lisboa.

                                                                                                                                

O primeiro dos projectos, o "GestAqua.AdaPT", tem como objectivo principal o desenvolvimento e implementação de estratégias de adaptação às alterações climáticas no sector dos recursos hídricos, designadamente na gestão de sistemas de albufeiras multiusos. Envolve as albufeiras de Monte Novo e Vigia, ambas integradas no sistema de captação para consumo humano das Águas do Centro Alentejo, empresa responsável pela captação de praticamente a totalidade da água fornecida à cidade de Évora. O promotor é a NOVA.ID.FCT – Associação para a Inovação e Desenvolvimento da Faculdade de Ciências e Tecnologia.

Outro dos projectos prevê “Semear Água na Montanha de Monchique - SOWAMO". Esta iniciativa tem como promotor a TARH (Terra, Ambiente e Recursos Hídricos, Lda.). O objectivo do projecto é aumentar a resiliência deste sistema, no Algarve interior, procurando melhorar a segurança no abastecimento.

A plataforma colaborativa para adopção de medidas de adaptação às alterações climáticas no sector industrial e dos serviços - "adaptIS" - que tem como promotor o IteCons (Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção) é outro dos projectos financiados.

  

O programa vai ainda potenciar o sucesso da reflorestação em zonas semiáridas através do "AdaptForChange", promovido pela Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, via Centro de Biologia Ambiental.

O turismo não ficou de fora e serão analisadas medidas a implementar no sector para adaptação às alterações climáticas a pensar sobretudo no elevado gasto de água e energia nas unidades hoteleiras. A entidade promotora do projecto AC:T é o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

PORTAL DO CLIMA VAI TER INFORMAÇÃO REGIONAL

Além dos cinco projectos sectoriais o programa AdapPT inclui outras áreas de projecto. É o caso projecto pré-definido, o único que não foi submetido a concurso. Trata-se do portal “Portal do Clima – Alterações Climáticas em Portugal” que está a ser operacionalizado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) com informação sistematizada sobre cenários climáticos em Portugal, com carácter regional, incluindo o processamento de dados da 5ª Avaliação do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change).

Outra componente do AdaPT é o projecto de adaptação a nível local – ClimAdaPT.Local que visa a capacitação dos agentes da administração local com vista ao desenvolvimento de Estratégias Locais de Adaptação às Alterações Climáticas. Envolve 26 autarquias beneficiárias e outras sete que entretanto aderiram.

O AdaPT contempla ainda o projecto “Educação e prémio Alterações Climáticas”, que pretende integrar e complementar a educação ambiental em matéria de alterações climáticas, nas vertentes mitigação e adaptação, em escolas piloto. Uma das componentes do projecto será um prémio para o melhor projecto de implementação de medidas relacionadas com alterações climáticas no meio escolar.

Ana Santiago

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