
Munícipes da Maia poderão reduzir tarifa de resíduos até quatro euros por mês
Com a implementação efectiva do sistema PAYT (Pay As You Trow/ Pagar pelos resíduos produzidos) na Maia os munícipes que apostarem na reciclagem poderão poupar até quatro euros por mês na factura, apurou o Ambiente Online.
Por enquanto a tarifa de resíduos sólidos urbanos no município ainda é indexada ao consumo da água, como acontece no resto do país, mas em, 2015, com a operacionalização do sistema as famílias daquele concelho do grande Porto, poderão poupar até quatro euros por mês, já que pagarão em função dos resíduos que produzirem.
Esta é a estimativa do responsável pela implementação do sistema, Paulo Rodrigues, da Lipor, empresa que está a desenvolver, desde Julho de 2014, o projecto-piloto no município em colaboração com a Maiambiente.
“Uma família de três pessoas paga em média 10 euros pela tarifa de resíduos. Se reciclar poderá começar a pagar apenas oito ou até seis euros”, estima Paulo Rodrigues.
O responsável lembra que para aumentar a taxa de reciclagem não basta apostar na sensibilização e alocação de equipamentos para a deposição e recolha seletiva. “Sabemos que haverá uma percentagem significativa da população que só alterará, efectivamente, os seus comportamentos se existir um outro tipo de incentivos, nomeadamente financeiros”.
Em simultâneo está a ser desenvolvido, em parceria com a ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos), um modelo tarifário PAYT que permita dar cumprimento às orientações definidas pela entidade reguladora e que seja “indutor de mais e melhores práticas ambientais para o cidadão”.
O projecto PAYT está a decorrer numa fase experimental desde Julho de 2014. Como forma de compensar os munícipes que reciclam, ainda antes da redução na tarifa ser uma realidade, em 2015, as famílias vão ter direito a créditos para estacionamento.
O objectivo é que o sistema seja alargado em 2015 a todo o concelho. Neste momento o projecto-piloto abrange aproximadamente 1500 famílias da Maia, ou seja, cerca de 4500 habitantes. Para este efeito foram colocados ecopontos inteligentes na via pública (do tipo Cyclea e Molok), assim como nos compartimentos (Casas do Lixo) das habitações em altura. As habitações unifamiliares abrangidas pelo projecto Ecoponto em Casa implementado pela Maiambiente (alocação de quatro contentores individuais com RFID – chip) já são monitorizadas.
Estes equipamentos permitem identificar o utilizador e relacioná-lo com os resíduos que produz. “Através de um sistema de identificador de utilizador e tômbola para a deposição de resíduos é possível monitorizar e quantificar a produção individual de resíduos. Cada família tem um cartão de acesso que lhe permite abrir o equipamento e depositar os resíduos”, explica Paulo Rodrigues.
Em simultâneo o utilizador também monitoriza a sua produção de resíduos e de que forma o seu comportamento pode influenciar na tarifa através de um Portal de Gestão, que deverá estar a funcionar em pleno em 2015, adianta Paulo Rodrigues ao Ambiente Online.
O responsável garante que a análise dos comportamentos das famílias, desde Julho. permite perceber que há “um potencial de crescimento da reciclagem elevado”.
Ana Santiago